Memórias de Clemente Gelmo Costa

''Na cidade havia um grande mercado municipal, estilo colonial, onde arranchavam os tropeiros vindos de outros lugares. Lá chegando desarreavam seus animais, desciamas cargas, encostavam em determinado local e ali ficavam até que vendessem ou trocassem as mercadorias trazidas. Ali, muitas vezes reuniam – se três ou quatro tropas, cada uma com dez muares e uma égua madrinheira. Os da cidade iam amontoando – se pelo mercado afora, á procura de algum negócio, troca ou cumprimentos costumeiros, recebendo notícias de outras paragens e dando notícias das coisas que aconteciam na cidade de São João Batista.  (...)

A chegada do tropeiro era como um mito, a realização de todos. Era um ir e vir de pessoas, subindo apressadamente as ladeiras da cidade, era descer de gente atropelante por toda a via principal, rua Direita, hoje, com nome de rua Diamantina. Em cada passada sentia – se uma vibração, uma alegria diferente; era a chegada. Os seleiros corriam para ver de perto sua obra prima, ver como se comportaram os arreios, como foi a viagem, se foram realizados bons negócios. Enfim, tudo era checado á medida de cada interesse. ''

 

(Adaptado do livro Os tropeiros de São João Batista. Belo Horizonte: Editora O Lutador, 2004 por Cristielle M. F. Pimenta)

(Referência da Imagem: Pintura de J. B. Campos - óleo sobre tela)

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