Aposentado mineiro comemora 90 anos junto com a Previdência Social em Brasília
O mineiro de Itamarandiba (MG), José Honório dos Reis – mais conhecido como Zé Pequeno – participou da festa dos 90 anos da Previdência Social. Ele foi homenageado por ter nascido no mesmo dia, mês e ano em que a Previdência foi criada, e por ter uma história de vida semelhante a de muitos outros brasileiros. O aposentado recebeu uma placa em celebração da data. Nesta quinta-feira (24) também se comemorou o Dia do Aposentado.
Para conhecer de perto a realidade desse mineiro, uma equipe da Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Previdência Social viajou até Corinto (MG), cidade na qual Zé Pequeno reside atualmente. A primeira impressão que ele deixou foi a de, talvez, ser neto dele próprio. Quer dizer, o aposentado nem parece um idoso com uma bagagem de 90 anos de idade. Com a humildade e a simplicidade de um típico mineiro, esse senhor de cabelos grisalhos contou a luta que travou para conseguir sustentar seus seis filhos. Também revelou parte das adversidades que enfrentou ao longo dos anos.
Zé Pequeno veio ao mundo no dia 24 de janeiro de 1923, no mesmo dia da publicação do decreto que criou a Previdência Social. Ele nasceu em uma Itamarandiba (MG) que já não tinha mais sua economia impulsionada pela exploração das esmeraldas descobertas por Fernão Dias, no fim do século XIX.
Agricultura – Em toda a sua vida laboral, Zé Pequeno trabalhou na lavoura de grandes fazendas da região central mineira. Colheu café e cana-de-açúcar e foi empregado de fábrica de farinha de trigo. Ainda sobrou tempo para trabalhar em alambiques, na produção das tradicionais cachaças mineiras.
Da agricultura, Zé Pequeno não conseguiu nada além de garantir a sua sobrevivência e a da sua família. A vida ficou mais difícil quando ele sofreu um acidente que o impediu de continuar o trabalho no campo. Num dia chuvoso, Zé Pequeno voltava para casa quando foi atropelado por um automóvel. “Escorreguei ao tentar pular a enxurrada e caí. Um carro passou por cima da minha perna. Tive que colocar sete parafusos no joelho”, lembra.
Aposentadoria – Impossibilitado de prosseguir na sua atividade, Zé Pequeno – que já tinha 65 anos – reuniu os documentos que comprovavam sua condição de trabalhador rural e requereu a aposentadoria na agência da Previdência Social em Corinto. Ele já tinha a idade para fazer jus ao benefício. No valor de um salário mínimo, o benefício é a única fonte de renda de Zé Pequeno. “Sem esse dinheiro da aposentadoria, não conseguiria comprar meus remédios e fazer a feira. Economizo para poder sobrar um pouco e conseguir ajudar meus filhos”, revela.
Zé Pequeno não faz planos para o futuro. Seu objetivo é continuar a rotina que já vem levando há alguns anos. Ele porém garantiu que esses dois dias que passou em Brasília nunca serão esquecidos. “Viajei de avião pela primeira vez, conheci a Catedral e o palácio onde a presidenta Dilma trabalha. Vou ter muita história para contar quando voltar pra Corinto”.
(Camilla Andrade)
Muito bonita a homenagem. No entanto , há erros históricos e de tempo gravíssimos . Fernão Dias morreu no século XVII (17) e não encontrou esmeraldas em Itamarandiba. Na verdade, ele morreu sem encontrar esmeralda alguma. O que foi encontrado na região de Itamarandiba foram turmalinas. Tanto é que existe uma cidade com esse nome na região. Além disso, Itamarandiba sempre se destacou pela agricultura . Na época de sua fundação, século XVII, a cidade era fornecedora de alimentos para as vilas onde se exploravam metais preciosos. Em 1923, ano de fundação da previdência, Itamarandiba era referência com o médico Afonso Pavie que viveu na cidade de 1912 até sua morte, no fim dos anos de 1950. E tinha na cidade a Santa Casa de Misericórdia com os mais modernos equipamentos da época. Eram feitas cirurgias , experimentos e exames laboratoriais. Portanto, Itamarandiba é totalmente diferente do que mostrado nesse artigo.